segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Braço de Ferro


Bora lá vida, atira-me mais uma pedra...
Bora lá vida, puxa-me mais uma vez o maldito tapete...
Bora lá vida, empurra-me mais uma vez do 25º andar...


Não faz mal vida cretina, não faz mal e sabes o porque?

Porque sem mim não és NADA...
Porque sem as minhas quedas és uma FRACA...
Porque és o maldito tapete que eu piso todos os dias...

És o meu capacho...

Queres sair de mim como suor, como saliva, como porra, como pus?
Não sais, precisas da minha alma vadia para te sustentar o vício de ser uma prostituta ordinária, calculista e infiel, redundante eu sei, mas assim como tu as vezes, leviana e hipócrita.

Avisas-me quando te cansares dessa corrida de obstáculos.
Muitos dizem que tu não te cansas, mas eu ainda tenho uma carta na manga para ti.

Dou-te o que menos esperas e o que menos desejas...

...Junto-me a ti.

Faço como Cazuza:

VIDA LOUCA VIDA BREVE, JÁ QUE EU NÃO POSSO TE LEVAR QUERO QUE VOCÊ ME LEVE.

Para ti pouca piada, mas demonstra que eu ainda sei me juntar ao inimigo na hora certa e no momento exacto.

Mantém-te nos carris e assim conservarás o teu estatuto de Bela...para os cegos é claro, pois eu te conheço muito bem para fazeres esse papel de rameira.

Beijos e Abraços

3 comentários:

Anónimo disse...

Somos alvo das rasteiras da vida...está cientificamente provado por uns seres super sumos da inteleigência.

But guess what? há tantos tapetes na prateleira...
Uns atrás dos outros para amparar os quedas dos obstáculos que criamos, dos monstros que construimos e dos anjos que inventamos.

Os obstáculos não são para ser vencidos ou nos vencerem. Servem apenas para nos fortalecer, para dar sentido à Vida. Nunca nos podemos, por isso, cansar deles..estarão sempre por perto, mas com diferentes objectivos.

Ser aliado da vida, que nos esmaga, é o jogo dos mais fracos.
Cabe a nós metê-la nos carris.
Ou não ... até pode ser uma vida mais pura, digna e feliz.
Mas baixar a cabeça nunca.

Venha daí essa carta.
Então e já pensaste que a vida poderá estar a contar com essa jogada? Será uma surpresa?

Nós fiéis leitores cá estaremos para assitir na 1ª plateia.

" Vê como é, para contar como foi"

Até ao próximo post. :)
Bjs
Dori.

Anónimo disse...

A vida por vezes poderia ser um pouco menos madrasta, mas que piada teria se não tivesse os seus baixos... porque lutaríamos afinal?!

Não há bem que nunca acabe e mal que dure para sempre!

Um beijo bom.

Anónimo disse...

Já que falamos da vida não resito a passar este artigo. Eu não o diria melhor. Então aqui vai:

A vida

Há pequenas mágoas que nunca se esquecem. Coisas ridículas, seguramente, porque basta ver as notícias, pensar em tanta gente que bem perto de nós está pior.

Mas a injustiça, a palavra que não foi dita, o gesto que não chegou, enfim, há uma imensidão de pequenas mágoas que se instalam dentro de nós e aí ficam, assentam arraiais e não desaparecem.

Talvez seja mais fácil esquecer uma discussão, uma troca acalorada de palavras em que deitamos cá para fora o que nos dói. Mas quanto a estas pequenas feridas, não encontramos palavras para as escorraçar e por isso minam-nos como feridas que não se vêem.

A injustiça é uma das armas mais poderosas nesta coisa a que chamamos a nossa vida, os nossos dias. Apanha-nos de surpresa, porque a verdadeira dor só é provocada por quem amamos, ou alguém a quem respeitamos, mas sempre com uma surpresa que nos tolhe, nos impede de agir.

E depois, se traduzirmos por palavras o que sentimos, e confidenciarmos a alguém este espinho instalado dentro do coração, ninguém o compreende exactamente porque é coisa pequena, sem importância. Para os outros.

Quantos de nós transportamos uma vida inteira a memória dessa mágoa, que nos aparece nos momentos mais disparatados, como uma voz escondida algures e que por maldade se presenteia em nos avivar a memória?

O bom senso da meia-idade, de que tanto se fala, essa fase da vida em que aprendemos a escolher criteriosamente o que nos incomoda, e por conseguinte vivemos em paz com o mundo, não é mais do que o momento da vida em que deixamos pura e simplesmente de ter expectativas sobre os outros.

Desistimos dos sonhos e olhamos tudo com limpidez terrível. Baixamos os ombros e continuamos em frente. Porque, afinal, apenas a juventude é abençoada com a inocência e a ideia fantástica de que tudo é possível.

Luisa Castel-Branco

DORI